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DE OLHO NA AUDIÊNCIA:

COMO O INSTAGRAM SE TORNOU UMA FERRAMENTA ESTRATÉGICA PARA O JORNALISMO

Hoje, mais de 99 milhões de brasileiros possuem um perfil no Instagram e quando se trata desta rede social, o Brasil é o terceiro país com mais usuários cadastrados. Mas o que realmente vem chamando a atenção, é o aumento do consumo de notícias na plataforma.  

Com o grande número de usuários no Instagram, os veículos de comunicação passaram a ver a rede social como uma aliada na hora da produzir e distribuir de notícias. As pessoas conseguem interagir com veículos e até comentar sobre os assuntos. Essa proximidade conquistou a confiança do público.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Poder Data em outubro de 2021, grande parte dos entrevistados consomem notícias pela internet. 

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O aumento de consumo de notícias na plataforma tem uma explicação, as pessoas estão procurando novas formas para se manter informado e a escolha na maioria das vezes tem sido os meios digitais. Observando essa demanda, os veículos precisaram unir as notícias ao entretenimento, que é o que público tanto busca.

Quem investiu nessa rede social saiu na frente, afinal, os números que registram o consumo de notícias na plataforma estão em constante crescimento. 

REDES SOCIAIS

AS MUDANÇAS CAUSADAS PELAS REDES SOCIAIS

Com o avanço da internet e com a evolução dos recursos de comunicação, as redes sociais começaram a ganhar popularidade em torno dos anos 2000. Os aparelhos de celular também chegaram e se tornaram indispensáveis no nosso dia a dia.

   

De acordo com um levantamento feito pela empresa de consultoria Newzoo, o Brasil tem aproximadamente 109 milhões de aparelhos em 2021. Basta olhar em volta para ver o quanto as pessoas estão o tempo todo com os olhos na tela do celular. Os smartphones são o principal meio de acesso à internet do país. E esse fator, sem dúvida, impulsionou as mudanças que ocorreram no campo jornalístico.  

 

Entendendo o mercado e pensando em todas as mudanças que estariam por vir, alguns veículos de comunicação começaram a criar os portais de notícias, algo que foi um marco inicial do jornalismo digital. Em 1996 surgiu o UOL e em 2000 o IG, dois grandes portais de notícias. Essa implantação do jornalismo na web fez surgir um novo segmento chamado de webjornalismo, onde não é mais preciso esperar o noticiário ou até mesmo sair o jornal no dia seguinte, as notícias podem ser atualizadas de forma quase que instantânea. 

  

Márcio Morisson, doutorando em comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), mestre em comunicação e linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná e pesquisador de jornalismo digital, destaca alguns pontos que fizeram grande parte das pessoas começarem a consumir informações através dos meios digitais. 

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As redes socias se popularizaram e evoluíram bastante desde a sua criação, passaram a ter novas ferramentas e até mesmo novos objetivos. O Instagram é um exemplo, incialmente criado para o compartilhamento de fotos, foi comprado em 2012 pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, a plataforma passou por inúmeras mudanças. Recentemente, em um vídeo publicado em seu perfil no Twitter, Adam Mosseri, chefe do Instagram, afirmou que agora a empresa está se voltando para o 'entretenimento' dos usuários e irá focar em vídeos. 

 

Maria Avis, professora de marketing digital, explica o porquê das mudanças no aplicativo. 

Maria AvisProfessora de marketing digital
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A ENTRADA DOS VEÍCULOS NO INSTAGRAM

O Instagram tem ganhado muito espaço no campo do jornalismo digital. Segundo o relatório de 2021 do Reuters Institute, o Instagram é a plataforma com maior crescimento em consumo de notícias. De acordo com a pesquisa, de 2014 a 2021, a utilização da plataforma para este serviço passou de 3% para 30%. Esse aumento pode estar relacionado a popularidade da rede social e a busca por novas formas de consumir informações.

 

Para atender as demandas do mercado, os veículos estão procurando investir em um jornalismo que proporcione uma maior interação com o leitor. Essa nova forma de apresentar as notícias permite aos leitores experiências que o jornalismo tradicional não consegue proporcionar. 

Gabriel Pinheiro, coordenador de mídias sociais do jornal O Estado de São Paulo, Estadão, conta que o jornal decidiu criar um perfil na rede em 2012, quando a plataforma estava começando a ganhar força no Brasil. E para estrear na rede social, foi elaborada uma ação para aproximar o público ao perfil do veículo. Hoje, o perfil do jornal no Instagram possui mais de 2 milhões de seguidores.

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Muitos veículos também decidiram marcar espaço na rede. Pietro Meinhart, jornalista e editor digital do GZH, jornal digital que une os conteúdos da Rádio Gaúcha e do jornal Zero Hora, conta que o veículo criou um perfil na rede social em 2011. O perfil inicialmente foi criado para o jornal Zera Hora e o propósito era de ser uma ferramenta de interação com os leitores. Na época em que o aplicativo era voltado somente para fotos, essa interação era feita através da hashtag criada pelo veículo, a #doleitorzh, os leitores postavam fotos, marcavam o perfil e algumas fotos eram repostadas. Essa interação com os leitores através da hashtag é realizada até os dias de hoje. 

Pietro MeinhartEditor digital do GZH
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Marcio Morrison

Pesquisador de jornalismo digital

"A gente tem que olhar para as transformações tecnológicas, porque elas vão ditando como o jornalismo vai se adaptando."

O que também se tornou uma prática muito presente os veículos, é o acompanhamento das métricas para saber como estão sendo os alcances com o público. Estabelecer quais são os objetivos, para depois traçar as estratégias, é algo importante para o gerenciamento do perfil.

 

Maria Aviz destaca alguns passos necessários para desenvolver um perfil de sucesso. 

Maria AvizProfessora de marketing digital
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Pietro Meinhart conta que o acompanhamento das métricas é algo muito presente na redação do GZH. Para isso, alguns os dados são acompanhados diariamente para saber quais assuntos os leitores mais estão acessando e o que está repercutindo mais na internet como um todo. Após esse levantamento, os números também ajudam a decidir quais assuntos ganharão destaque nas redes sociais.

 

A equipe também possui uma estratégia de postagens. Todas as notícias publicadas no Instagram partem de matérias do portal GZH, e diariamente é verificado quais conteúdos valem a pena reproduzir nas redes.

Um dos fatores que também tem contribuído para o aumento no consumo de notícias no Instagram, é a proximidade que o público tem com os veículos. Gabriel Pinheiro, conta que a redação sempre recebe sugestões de pautas pelas próprias redes sociais e os repórteres fazem um filtro do que é bom.

O coordenador de mídias do Estadão também destaca que os conteúdos publicados no Instagram além de aproximarem os seguidores do veículo, também os incentivam a realizarem a assinatura do jornal. 

OS VEÍCULOS NO INSTAGRAM
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É muito comum as pessoas exporem as suas opiniões nos comentários das postagens, mas quando esses comentários fogem do controle, é preciso adotar algumas medidas. Já prevendo que esses comentários podem ocorrer, Pietro Meinhart conta que a GZH possui uma política para contornar essa situação. 

Pietro MeinhartEditor digital do GZH
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No Estadão também é realizado um acompanhamento, mas Gabriel Pinheiro explica que é quase impossível acompanhar todos os comentários devido à alta quantidade.

Gabriel PinheiroCoordenador de mídias sociais do Estadão
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Para lidar com essas e outras inúmeras situações que podem ocorrer, a maioria das redações dos veículos de comunicação possuem um manual. Esse manual serve para que todos da empresa trabalhem de forma padronizada. Pietro Meinhart conta que a equipe de redes do GZH possui um manual específico que explica como funciona o perfil em cada rede social. Sempre que alguma rede social passa por uma atualização, o manual também é atualizado e reforçado com a equipe.

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Pietro Meinhart

Editor digital do GZH

"Cada perfil tem um objetivo e uma estratégia diferente. São várias coisas que precisam de cuidado. São pequenos detalhes ao longo do dia que fazem muita diferença."

No Estadão o manual de redação é o mesmo tanto para o impresso quando para o online. Gabriel Pinheiro explica que o manual é de 1993, mas passou por algumas adequações após a chegada da internet.

Mas se engana quem acha que basta os perfis de veículos postarem uma notícia para conseguir atingir os resultados esperados. Há muitos outros planejamentos que são necessários para que as empresas consigam atingir os números desejados. As equipes precisam ter não só jornalista, mas também profissionais da área de marketing e design.

 

No mundo virtual virtual é importante você deixar a sua marca e ter a sua própria identidade. A professora de marketing digital, Maria Avis, explica a importância de investir no setor.

Maria Avizprofessora de marketing digital
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Outro ponto que precisa de atenção, é a pressa em sempre querer sair na frente. E apesar da chegada da internet ter nos proporcionado consumir notícias de forma mais instantânea, é preciso ter cuidado com a cultura do imediatismo. Os veículos de comunicação sempre querem ser os primeiros a dar determinadas notícias, mas sem os procedimentos corretos, acabam cometendo alguns deslises. É o que destaca o pesquisador Marcio Morrison.   

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Quando a internet e as redes sociais se popularizaram, muitos acharam que seria o fim do jornalismo, mas os profissionais e os veículos se reinventaram e descobriram uma nova forma de fazer notícia. A era digital trouxe inúmeras possibilidades e ainda há muitos caminhos para serem descobertos. 

 

O pesquisador, Marcio Morrison, conta que tem observado as mudanças que estão ocorrendo na Meta, empresa que controla o Instagram, Facebook, Whatsapp e Oculus. O objetivo da Meta é investir no metaverso, um tipo de realidade virtual. Ele acredita que realidade virtual e holograma  são novas possibilidades que o jornalismo pode explorar no futuro, e ressalta que ela ainda é uma tecnologia muito cara, que precisa ser barateada, mas que talvez em 10 anos estejam mais acessíveis, assim como aconteceu com o celular. Márcio Morrison conclui: "Ainda tem algumas coisas que podem surgir no jornalismo, mas acredito que a próxima fase será do jornalismo mais imersivo."

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REPORTAGEM ELABORADA
POR ANANDA OLIVEIRA

Graduanda em Jornalismo

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